29 outubro, 2015

As Máscaras do Pavor e O Museu dos Horrores de R . F. Lucchetti

As Máscaras do Pavor por R. F. Lucchetti
Editora Devaneio / Editorial Corvo - 105 pgs

Mirna Brent é a repórter de um programa de TV, o Câmera Indiscreta, um daqueles programas que cobrem eventos de artistas. E hoje acontecerá a tão aguardada Retrospectiva do Terror (festival onde astros e estrelas do filmes de horror são homenageados) no famoso Chinese Theatre. Lá, ela poderá entrevistar os artistas mais conhecidos e famosos dos clássicos do horror, e isso era tudo o que queria.

Em outro local, uma moça tem um encontro fatídico como um homem que segue a linha de assassinatos de Jack, o estripador. 

O Museu dos Horrores por R. F. Lucchetti
Editora Devaneio / Editorial Corvo - 112 pgs

Marcos é um brasileiro que trabalha na Transportadora Carfax em Londres. É hora do almoço, e ele aproveita que a agência está fechada pra tirar um cochilo. Porém o telefone toca, e ele se vê obrigado a atendê-lo. Do outro lado da linha um homem perguntando sobre uma encomenda que deveria ser entregue a J. Perkins no Museu dos Horrores. E pede que Marcos não a entregue de modo algum ao remetente. Informações anotadas, é hora de voltar ao cochilo, porém o telefone toca novamente. Dessa vez é uma mulher, perguntando sobre a mesma encomenda. Estranho. Ligação terminada, enfim ele poderá ter uns minutos de descanso. Mas eis que o famigerado aparelho toca novamente, e dessa vez pra sua surpresa é o Sr. Perkins, aquele a quem os objetos estão endereçados.

A partir daí temos uma trama, que além do horror envolve aventura e muito mistério.

Agora vou falar dos dois livros de uma maneira geral.

Esses livros são pros amantes do horror clássico, os dois são repletos de referências literárias e cinematográficas, como: Bram Stoker, Arthur Machen, Sheridan Le Fanu, Gaston Leroux, Algernon Blackwood, E. T. A. Hoffmann, H. P. Lovecraft e Edgar Allan Poe entre outras. É uma delícia ir encontrando tudo isso no decorrer da leitura. Você não verá tripas voando ou sangue jorrando a cada página virada. Nós temos aqui, 2 obras que mexem como nosso psicológico, mas para aqueles que não abrem mão, também tem um cadinho de sangue. São livros visuais, você consegue ver um filme passando na sua frente durante a leitura.

O autor, Rubens F. Lucchetti é uma enciclopédia ambulante sobre o assunto. Já escreveu e publicou mais de 1.500 livros, centenas de HQs, roteirizou mais de 20 filmes, ufa. Sim, ele sabe o que faz e o faz muito bem.

Os livros tem uma narrativa envolvente do início ao fim, a trama é muito bem costurada, não deixa nenhuma pontinha solta, e os finais, caramba, que finais. Daqueles que você só sabe o que acontece no último parágrafo.

São livros curtos, em formato de bolso, mas com uma qualidade excelente.Tem orelhas nas capas, diversas ilustrações no miolo, algumas feitas pelo próprio autor, margens e revisão muito boas. No início tem um prólogo, onde o autor do mesmo faz um relato enriquecedor da obra de Rubens. 




















É impossível não recomendar essa leitura. Os fãs do gênero irão ao delírio, e se você é daqueles que tem medinho, não tenha receios, o horror aqui é leve. Acredito que mesmo os mais medrosos não terão problemas.

O melhor de tudo é que os livros podem ser comprados direto com o autor, através do seu Facebook ou site, o qual recomendo fortemente que vocês visitem. Poucos autores são tão ativos por tanto tempo como ele, sem perder a qualidade e o entusiasmo. 

Lição de casa criançada: conheçam esse moço, leiam pelo menos um de seus livros e entrem pro clube dos apaixonados por horror junto comigo.

O_O

28 outubro, 2015

Divulgação - Zé do Caixão – Maldito, a Biografia da DarkSide Books

Literalmente, eu fui criada admirando essa figura icônica. Os mais velhinhos, como a pessoa que vos fala, já devem ter assistido algum dos filmes do Zé do Caixão pelo menos uma vez na vida. Os mais novinhos, talvez se lembrem do Cine Trash. Programa exibido pela Rede Bandeirantes de TV nos anos 1990 onde, sempre antes do início do filme, ele soltava o bordão: "Você, você e todos vocês..." enquanto apontava a mão pra tela e rogava uma praga aos corajosos que desafiassem não assistir o filme do dia.
Foto - Reprodução/Terror Vinny

Esse é um daqueles casos, onde a personagem e o criador se tornam um só. José Mojica Marins é o responsável por essa criação, que desde a década de 1960, ou menos, assombra nossas mentes. E a DarkSide Books decidiu relançar a biografia dele. Nem precisa dizer que os fãs do terror vão amar, né? Então, chega de blá, blá, blá, e vamos conhecer um pouco mais da obra.
Zé do Caixão – Maldito, a Biografia


Ele veio ao mundo numa sexta-feira 13, em março de 1936. Quase oitenta anos depois, José Mojica Marins construiu um legado artístico incomparável em nosso país e se consagrou como um dos grande mestres do Terror mundial. O público conhece sua voz gutural, as infindáveis garras que ele chama de unhas, sua barba cerrada e suas roupas, incluindo capa e cartola, sempre escuras como a noite. Mas até que ponto o Brasil reconhece toda genialidade do homem por trás do mito?

Em Zé do Caixão – Maldito, a Biografia, os jornalistas André Barcinski e Ivan Finotti desenterram todos os segredos do passado de José Mojica, da infância humilde nos subúrbios de São Paulo até sua consagração internacional.
Um dos cineastas mais produtivos do Brasil, Mojica escreveu, dirigiu, produziu e atuou em mais de trinta filmes, como os clássicos À Meia Noite Roubarei Sua Alma, Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver e O Despertar da Besta. Mojica aprendeu a fazer cinema sozinho, na marra, usando os recursos disponíveis e formando seus próprios técnicos e atores. Como resultado, o mundo ganhou um artista genuinamente brasileiro, que jamais precisou copiar fórmulas estrangeiras.
A biografia, publicada originalmente em 1998, estava há muito tempo fora de catálogo. Uma heresia que a DarkSide Books não poderia perdoar. Muitas sextas-feiras 13 depois, Zé Do Caixão – Maldito, a Biografia está sendo relançada pela DarkSide, numa edição à altura do genial diretor – e também padrinho da editora. Com 666 páginas (200 a mais que a antiga versão), o livro conta com muitas fotos inéditas, filmografia atualizada e acabamento luxuoso em capa dura.
Um verdadeiro documento para amantes do cinema e do terror.

Foto - Reprodução/Botequim dee Ideias
André Barcinski é jornalista, crítico, escritor e diretor de cinema e TV. Ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro de não-ficção por Barulho – uma viagem ao underground do rock americano (1992). 
Produziu o programa O Estranho Mundo de Zé do Caixão, no Canal Brasil. É corroteirista da minissérie Zé do Caixão, com Matheus Natchergaele, adaptação do seu livro Zé do Caixão – Maldito, a Biografia.

Foto - Reprodução/Folha
Ivan Finotti nasceu em São Paulo em 1970. Trabalhou nos jornais Notícias Populares, O Estado de S. Paulo, Diário de S. Paulo e revista SuperInteressante. Na Folha de S. Paulo foi repórter cultural e editor das revistas sãopaulo e Serafina e do caderno Folhateen, no qual ganhou, em 2008, o prêmio Esso de Criação Gráfica. Em 2001, dividiu com André Barcinski premiação no Festival de Sundance pela direção do documentário Maldito, baseado neste livro. Atualmente é editor da Ilustrada.

Ficha Técnica

Título - Zé do Caixão – Maldito, a Biografia
Autor - André Barcinski e Ivan Finotti
Editora - DarkSide®
Edição - 2ª
Idioma - Português
Especificações - 666 páginas, capa dura, edição de luxo e Limited
Dimensões - 16 x 23 cm
ISBN - 978-85-66636-78-9
Lançamento - Novembro de 2015
Preço - R$ 99,90 (valor sugerido)
  

Divulgação - E-books Editora Illuminare - uma forma dinâmica de ler

A Editora Illuminare em parceria com a Amazon disponibilizaram diversos e-books de gêneros variados e com ótimos preços.
Vale a pena dar uma conferida.

Clímax - Faça-me chegar lá!

Sinopse: Vem comigo. Vou abrir uma garrafa de vinho e vamos nos sentar em meu tapete, uma música talvez. E juntos vamos descobrir novas taras, desejos, fetiches e fantasias proibidas. Permita-se experimentar um pouco daquilo que embriaga os seres humanos desde os tempos mais primitivos: o sexo em sua plenitude. Uma coletânea de contos eróticos, onde tudo é permitido. Você pode ser seduzido por esses escritores e seus contos libertinos. E depois disso você nunca mais será o mesmo.  Contos eróticos.
Organização: Rô Mierling
Autores: Diversos
Ano: 2015
Páginas: 90




Íntimo e Pessoal



Sinopse: o íntimo de uma mulher em contos, crônicas e poesias onde sentimentos como tesão, ódio, amor, saudades e fé são expostos sem delongas ou vergonha. Sentimentos que poucos conhecem, intimidades sensíveis e verdadeiras. Uma grande confissão da autora para o leitor.
Autor: Rô Mierling
Ano: 2015
Páginas: 130






Vícios, Taras e Medos




Sinopse: Contos psicológicos sobre medos, fobias extremas, taras e vícios que aprisionam serem humanos e divertem leitores. SINISTRO!
AutorAutores diversos
Ano: 2015
Páginas: 93







Eu, Você e o Amor






Sinopse: Uma coletânea de contos apaixonados, escrita por autores brasileiros inspirados no amor e na busca de um momento especial.
AutorAutores diversos
Ano: 2015
Páginas: 179





LEIA MAIS! LEIA BRASIL! LEIA ILLUMINARE!


:D

26 outubro, 2015

Quando ideias e ideais incomodam muita gente

Parem o mundo que eu quero descer!

Não gosto de expor minhas ideias pessoais no blog. Penso que aqui é um local apenas pra que eu converse sobre minhas leituras, e nada mais. Mas às vezes, e somente às vezes, é necessário expor o que se pensa em todos os meios. 

Mas, antes é necessário deixar bem claro que não sou a dona da verdade, muito menos detenho "a resposta para a vida o universo e tudo o mais". Dito isso, vamos aos fatos.

Como é sabido de todos, no último final de semana (24 e 25.10.2015) aconteceu no Brasil todo o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que visa avaliar os conhecimentos adquiridos durante os anos letivos, servindo (dentre outras coisas) de acesso a faculdades. Logo após  o final da prova, várias pessoas postaram fotos sobre algumas questões, e talvez a mais citada seja sobre Simone de Beauvoir.
ENEM 2015 - prova amarela (Foto - Reprodução/Globo)
Antes de mais nada, Simone de Beauvoir foi uma pensadora do século XX, que escreveu vários livros onde abordava o feminismo dentre outros temas. Pra saber um pouquinho mais sobre ela, tem um artigo bem bacana no site InfoEscola.

Durante minha vida, li 2 livros da autora: "Cartas a Nelson Algren" e "O Segundo Sexo" (nesse livro é onde encontramos o trecho usado na prova), ainda na adolescência. No sábado, dia da aplicação da mesma, todos os posts que eu vi, eram de pessoas felizes com a questão, com a abordagem do tema.
No domingo, dia da redação, o tema usado foi: "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira". Tema excelente, amplamente divulgado e debatido em vários âmbitos da sociedade. Mais uma vez, vi vários posts com comentários positivos sobre a escolha. 
Tema da Redação (Foto - Reprodução/MEC)
Aí, fui me encontrar com Morfeu.

Qual não foi minha surpresa, quando na segunda-feira subsequente a prova, vejo uma enxurrada de pessoas maldizendo o tema. Vi comentários de todos os tipos, mas um dos que mais me assustou foi de um amigo que dizia que "o governo queria acabar com a Família" WTF? Qual a relação que essa pessoa fez entre extinção da família e os temas das questões? Aí pronto, deu-se o imbróglio. E veio um post atrás do outro, de várias redes sociais. Alguns achavam que o tema escolhido era específico pra separar os esquerdistas dos direitistas, outros que era doutrinação de gênero (WTF²), e mais um monte de bizarrices. Me parece, que decidiram interpretar o texto cada um ao seu modo e da maneira que melhor satisfizesse os ideais de cada um. E todos perdemos com isso.

Nunca fiz ENEM (já estou velha pra isso e já upei esse level), mas prestei FUVEST a long time ago. E o contexto não mudou muito de lá pra cá. Perguntas de conhecimento geral e específico, sem jamaia deixar temas da atualidade de fora. 

Eu leio desde muito cedo, faço parte de uma família de leitores da qual me orgulho muito, e sempre li de tudo, tudo mesmo. Isso não me fez melhor ou mais inteligente do que ninguém. Apenas alguém que não tem preconceito literário e é aberta a todo tipo de leitura. Dito isso, e diante de todos os acontecimentos, só tenho uma coisa a dizer: ler livros sobre feminismo, não te torna uma feminazi; ler sobre ideias esquerdistas, não te torna um esquerdista; ler sobre homossexualidade, não te torna um homossexual. Então fofuras, leiam, Leiam de tudo, sem distinção. Quanto mais leitura, melhor. Mais ideias vocês conhecerão, mais críticos se tornarão. e isso é muito bom. Afinal, todo nós defendemos uma país com mais leitores, ou não?

E que venham mais temas polêmicos.

;D

22 outubro, 2015

Divulgação - Editora Illuminare Convida

"EDITORA ILLUMINARE CONVIDA...
SELEÇÃO PARA PUBLICAÇÃO"



Vamos marcar para sempre o Natal de 2015?
Escreva seu conto e/ou poesia sobre o Natal: uma esperança, um amor, uma lembrança de um Natal passado, ou mesmo uma revolta, uma saudade. Expresse o seu sentimento natalino em prosa e verso.

Não gosta do Natal? Pois isso também é um sentimento relativo ao Natal. Então não tem desculpa.

EXPRESSE-SE!

Deixe eternizado esse sentimento: diga ao mundo o que significa o Natal para você.
Lançaremos o livro em espanhol (vamos receber todos os textos em português e traduzi-los para o espanhol) assim ele terá muito mais alcance, pois estaremos divulgando-o também em Buenos Aires, Santiago do Chile e em feiras literárias.

PARTICIPE! DESPERTE SEU TALENTO LITERÁRIO.

"Natal em Prosa e Verso - Edição Internacional"
Informações: antologiasbrasileiras2014@gmail.com
SELEÇÃO: 30 DE SETEMBRO A 30 DE OUTUBRO

Obedeceremos ao prazo de seleção para que seja possível estarmos com o livro em mãos no Natal. Será um ótimo presente para amigos e parentes.

Antologias Brasileiras: destacando novos talentos da literatura brasileira.
Editora Illuminare: destacando novos talentos da literatura. 

;D

18 outubro, 2015

Aura de Carlos Fuentes

Aura (Aura) por Carlos Fuentes (Olga Savary)
L&PM Pocket - 75 pgs

Você já leu algo que parecia ter sido escrito diretamente pra você? Pois foi o que aconteceu com Felipe Monte. Certo dia, ele viu um anúncio num jornal sobre uma vaga de emprego, onde os pré-requisitos eram: precisa-se de um jovem historiador, com conhecimentos em língua francesa, disponibilidade pra ser secretário e ainda pagava um excelente salário. O anúncio era pra ele, só faltava o seu nome escrito.

Chegando ao local, ele encontrou uma senhora muito idosa, deitada em uma cama cheia de migalhas deixadas pelo seu coelho, Saga. Após um curto diálogo, ele aceita o trabalho. Afinal, era perfeito. Mas, havia um detalhe que não estava explícito no anúncio: ele deveria morar no local. Nesse momento, entra no quarto uma bela jovem de nome Aura. 

E aqui acaba minha descrição da história.

Apesar de ser vendido em formato de livro, não é bem um "livro", é uma novela. Bem curtinho, dá pra ler em 1 ou 2 horas. Por isso, não posso me prolongar na sinopse, qualquer informação a mais pode tirar o prazer de descobrir o que acontece na sequência.

Li o livro há uma semana, mas ainda não sei se gostei ou não. Essa é uma sensação nova pra mim, nunca passei por isso. Mas, vamos explicar. Quando esse livro chegou às minhas mãos, foi com referências de ser uma história de fantasmas terrivelmente assustadora. E esperei ansiosamente por aquele momento, em que olharia pro lado e teria a nítida impressão de estar sendo observada. Porém, isso não aconteceu. O que me causou uma certa decepção. 

Ah tá Nelmaliana, então o livro é ruim. Não, não mesmo, o livro é muito bom. Como o protagonista, você não tem a menor ideia do que está de fato acontecendo, e o escritor consegue te levar por todo esse caminho, deixando pequenas pistas ao longo da narrativa. Porém, somente no final você entenderá o que realmente está acontecendo. O clima é sombrio, as personagens enigmáticas, a narrativa é envolvente e fluida. E isso torna o livro muito bom. Porém, eu esperava sentir aquele "frio na espinha", e isso não rolou. 

Leio livros desse gênero desde sempre, talvez seja um dos motivos. Li no período da tarde, dentro de um ônibus, voltando do trabalho, talvez seja outro motivo. As pessoas que me recomendaram a leitura, o leram à noite, em casa. 

Mas, anyway. Eu não ter me assustado não tira o mérito da história. 

A narrativa me chamou a atenção por diversas vezes. O uso das palavras, os tempos verbais, a descrição do ambiente, tudo isso, gera uma narrativa "bonita". Mesmo em momentos onde deveria sentir asco, ou outro sentimento do gênero, me peguei pensando: "que frase bacana", "nossa, que descrição legal". 

Por isso, disse acima que não sabia se havia ou não gostado do livro. A escrita é fantástica, porém queria ter ficado apavorada. 

¯\_(ツ)_/¯

Quanto à edição, é da coleção L&PM Pocket. Edição de bolso, sem orelhas, com folhas brancas, mas a diagramação é bem bacana.

Recomendo a leitura? É claro, mas recomendo que seja lido à noite, embaixo da coberta, de preferência com pouca luz. Aí sim, acredito que é o clima perfeito. 

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07 outubro, 2015

Conto Leprechaun do Clayton de la Vie


Merry Christmas - Contos Natalinos por Vários
Independente
Bem, o livro é uma antologia de contos natalinos que será lançado em breve, então calma. Eu li apenas um conto, o "Leprechaun" do Clayton de la Vie. Dia 25 de Dezembro normalmente é uma data festiva, onde todos estão felizes, cheios de desejos e esperanças. Mas não em Caieiras. Lá acontecem coisas estranhas na véspera do Natal. Há muitos e muitos anos o senhor Leprechaun, conhecido guardião de tesouros, decidiu se aventurar lá pros lados do Pólo Norte, e foi escravizado por um homem gordo e alto. Esse homem obrigava o pobre protagonista a confeccionar brinquedos para que fossem distribuídos às crianças que se comportassem. Ops, pera lá. Homem gordo, alto, que mora no Pólo Norte, só pode ser... não, não pode, ele jamais escravizaria alguém. Pois é ele mesmo, pasmem. O nosso doce e querido Papai Noel, aqui é totalmente desconstruído, e torna-se de certa forma um ser "mau". Após alguns anos o Leprechaun consegue fugir, porém quando chega à sua terra natal descobre que alguém roubou seu tesouro. Desconfiado do Papai Noel, ele decide se vingar. E de lá pra cá, as vésperas natalinas nunca mais foram as mesmas na cidade de Caieiras. O conto é curto, mas a história é repleta de nuances. Então não posso me prolongar na sinopse, pois a chance de soltar spoiller é enorme. E o mais legal dessa história, e ir acompanhando aos poucos, entendendo as situações junto com as personagens. A narrativa é fluida e envolvente do início ao fim. O escritor consegue desconstruir arquétipos, e reconstruí-los de maneira verossímil. Você "compra" a ideia daquela personagem ser daquele jeito, e o mais louco de tudo, você gosta. Eu não sou das maiores fãs de livros natalinos, ou filmes, ou qualquer outra coisa que o valha. Acho que tudo é muito parecido, e por isso não me chamam a atenção. Mas esse conto, não só me chamou a atenção, como entrou pra minha lista de contos prediletos. Exatamente, por trazer essa visão diferente. Mas preciso confessar: quando cheguei ao final da leitura, não achei que era o fim, fui procurar uma outra página, a continuação. Vamos entender. O conto tem começo, meio e fim bem definidos, porém EU queria mais. Eu me apeguei a história e queria mais informações. Mas era o fim e ponto. Pra quem não tem medo de ver seus heróis com outras roupagens, se solta nesse conto. Agora, se você é daqueles que acha que nada pode ser mudado, talvez se agrade muito da história, mas mesmo assim eu recomendo a leitura. É sempre bom abrir a mente pro novo.