19 abril, 2014

E se fosse possível viajar no tempo...

A Máquina do Tempo 
por H. G. Wells
Alfaguara - 148 pgs

Publicado em 1.895 é tido como um marco na Ficção Científica, pois é a primeira vez que o homem viaja através do tempo utilizando uma máquina que ele mesmo construiu.

Fica a nosso cargo imaginar como ela é e como funciona, pois são poucos os dados a respeito dela durante a narrativa. Mas, entende-se que basicamente possui duas alavancas: uma de acelerar e outra de parar.

O livro é dividido em dois momentos. No primeiro ele é narrado em 3ª pessoa, onde nos é descrito um encontro do Viajante no Tempo com alguns amigos estudiosos e o próprio narrador. Nesse encontro o Viajante conta que está construindo uma máquina que irá proporcionar a viagem no tempo, gerando uma discussão sobre a possibilidade ou não disso acontecer.

No segundo momento, uma semana após o primeiro encontro, todos se reúnem novamente e é o próprio Viajante no Tempo que nos narra os acontecimentos.

Durante essa semana ele termina a construção da máquina e faz a viagem no tempo, indo até o ano de 802.701 no futuro.

Lá, ele encontra dois povos bem distintos: os Elois que são habitantes da superfície, bonitos, pacíficos, mas de aparência frágil; e os Murlocs, seres notívagos e fugidios que habitam o subterrâneo e de aparência quase repugnante.

Com o decorrer dos dias, ele conhece bem esses povos e nos conta em detalhes o funcionamento de cada uma dessas sociedades. Essa descrição nos possibilita fazer uma ponte com o funcionamento da sociedade real da época em que foi escrito.

Apesar de ser um livro de Ficção Científica, não são usados termos de difícil compreensão, pelo contrário, a leitura é extremamente acessível a qualquer pessoa. A história é envolvente e a narrativa bem fluida. A edição é produzida em páginas brancas, capa sem orelhas, mas isso em nada prejudica a qualidade do material.

As personagens, apesar de terem nomes próprios, são citadas durante quase todo o livro por "cargos", como o Médico, o Psicólogo, o Editor e outros. O próprio protagonista é conhecido apenas por Viajante no Tempo.

Essa edição tem um apêndice que é o prefácio da edição de 1.931, escrito pelo próprio H. G. Wells onde ele diz que "é uma obra de um escritor inexperiente, mas que devido a certos aspectos originais foi salvo da extinção".

Ainda bem que foi salvo e chegou aos nossos dias. Leitura obrigatória para os fãs de Ficção Científica, mas extremamente recomendado para todos os públicos.



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13 abril, 2014

Olhe com cuidado, pode ter uma fada ao seu lado...

A Fada 
por Carolina Munhóz
Casa da Palavra - Leya - 255 pgs

Melanie Aine mora em Londres e é uma garota retraída que tem poucos amigos. Ela está completando 18 anos, e ganha uma festa surpresa, a primeira de sua vida. Mas, junto com isso vem o falecimento inesperado do pai, o abandono da mãe, uma tatuagem nas costas que surge do nada e a descoberta de que é uma fada.

E agora sozinha, ela tem que lidar com tudo isso, e ainda descobrir e cumprir uma missão para a qual foi designada.

No meio desse momento turbulento ela encontra Artur, um garoto vindo de uma família de bruxos, e que desempenhará papel importante nessa missão.

O livro me chamou a atenção por se tratar de uma história de fantasia sobre fadas e o seu mundo. Porém, exatamente essa parte pra mim é pouco desenvolvida, sendo que o foco principal do livro é o relacionamento amoroso dela com Artur.

Fairyland, é o reino do qual ela faz parte e nos é apresentado em certo momento, mas com pouquíssimos detalhes, tornando quase impossível criar algum tipo de empatia pelo lugar. Eu queria conhecer esse mundo, me sentir envolvida por ele, mas não aconteceu. A escrita do livro é bastante detalhada em várias cenas, como no momento onde uma borboleta pousa na mão de Melanie, ou durante uma festa onde ela é apresentada como Princesa das Fadas. Senti falta desses detalhes na descrição do mundo das fadas, de como elas vivem e como são.

Pra mim, a leitura foi um pouco arrastada, mas o final do livro é realmente muito interessante e me surpreendeu, costurando bem todos os acontecimentos. Recomendo a leitura pra pessoas que gostem de romance com um toque de fantasia.

A capa é linda, tem orelhas grandes e a parte interna é dourada com estampa de borboletas. Todo início de capítulo tem uma página em PB com a mesma estampa da parte interna da capa. A diagramação também e muito boa e tem páginas amarelas. Sem dúvidas, é uma edição muito bem cuidada. E essa edição inclui o conto Outra Vez na Escuridão.




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10 abril, 2014

E o guerreiro cai...



Há exatamente 1 mês, o meu "bom velhinho" foi continuar sua jornada em outro plano. Foram 2 meses de uma luta árdua e dolorosa para todos, e no final, o guerreiro perdeu a batalha.

Foi um câncer agressivo no estômago que quando foi descoberto, já tinha metástase em outros órgãos, por isso os únicos procedimentos possíveis eram os paliativos.

Por mais que seja a ordem natural da vida, ninguém está preparado pra dizer adeus. E ele me disse, quando eu estava saindo do quarto do hospital pra que minha mãe e irmã entrassem: "tchau não 'fia', adeus, amanhã eu não vou estar mais aqui". Voltei, dei outro beijo, disse que o amava novamente e que voltaria amanhã, e ele repetiu a frase. E no dia seguinte, ele realmente não estava mais lá.

A cada momento tento esquecer o que passamos nos últimos meses, e lembrar apenas do velhinho meio ranzinza, que me dava bronca a todo momento, por qualquer coisa e em qualquer lugar. Do homem que sempre foi meu exemplo mesmo com todos os defeitos que tinha. 


Mas a vida tem que seguir o seu rumo. E mesmo com o coração em pedaços, é preciso abrir uma nova página pra continuar a aventura, até que um dia o Preto Veio volte a encontrar o Bom Velhinho.