22 março, 2015

Silent Hill à la Brazuca

O Código Élfico por Leonel Caldela
Casa da Palavra - Leya - 573 pgs

Pegue elfos, humanos, guerreiros zumbis, deusas, serial killers, alienígenas, lendas urbanas, rituais cultistas, conspirações e misture muito bem tudo isso. Então acrescente a excelente narração do autor e teremos um livro pra lá de envolvente. Parece sem nexo e muito maluco tudo isso junto, mas o Leonel Caldela consegue segurar a atenção do  leitor durante suas quase 600 páginas.

Nicole Manzini é a Princesa das Conspirações, onde ela chega atrai todo tipo de lenda urbana conhecida, chegando a alguns de seus amigos teriam morrido vitimados por elas. Seu pai Samuel, ficou conhecido por praticar rituais cultistas, o que culminou com sua prisão no Manicômio da cidade. Muitos anos após esse acontecimento, ela decide voltar pra casa, em Santo Ossário, uma pitoresca cidadezinha do interior.

Astarte é um elfo, filho da Rainha da Beleza e príncipe de Arcádia. Ele detém o poder, de em dado momento abrir o portal por onde será possível o povo élfico passar livremente pra Terra e voltar a dominá-la. Porém, ele não sabe disso, aliás ele não sabe absolutamente nada sobre quem é. Pois é, os elfos aqui não são tão simpáticos quanto Legolas de O Senhor dos Anéis. Há muito tempo atrás eles já dominaram o planeta, e pretendem fazê-lo novamente, escravizando toda a humanidade.

Emanuel Montague é um alto executivo do grupo Strauss. Praticamente todos os moradores de Santo Ossário trabalham em alguma empresa desse grupo, ou tem alguma ligação com a família. Os que não tem, desejam imensamente ter. Ele é extremamente ambicioso, e além disso, logo no início do livro descobrimos que também é um assassino.

A história nos é contada em terceira pessoa, basicamente através dos olhos dessas 3 personagens. Existem outras também importantes, como: Félix Kowalski e Abel Montague, dentre outras. Umas mais, outras menos trabalhadas, mas em nenhum momento fica a impressão de que faltava algo em alguma delas.

Você vai encontrar ação e suspense do início ao fim. Mas o ponto crucial da narrativa é durante o maior evento da cidade. Um prêmio de cinema nos moldes de um Oscar ou Globo de Ouro, onde se reúnem as maiores celebridades do gênero. O livro todo é de tirar o fôlego, mas quando vamos chegando perto do ápice, é quase desesperador. Fiquei muito ansiosa pelo desfecho da história e me vi torcendo pra que isso ou aquilo acontecesse. 

Sem dúvida nenhuma, é um dos melhores livros no gênero fantasia que já li, porém só indico pra quem realmente goste do gênero. Por que, como disse acima, existem muitos elementos fantásticos, o que pode não agradar a todos, apesar de encontrarmos uma narrativa que costure muito bem tudo isso.

Mas vai aqui o meu desagrado em relação a diagramação. São quase 600 páginas onde as margens laterais são pequenas, a inferior praticamente não existe e a fonte também é menor do que de outros livros que tenho. Isso, por muitas vezes tornou a leitura desconfortável. Apesar da história "render", eu tinha a impressão de nunca sair das páginas iniciais. Entendo que se fosse fazer margens e fonte maior, provavelmente teríamos 2 livros, ou 1 com mais de mil páginas. Mas não gostei dessa diagramação. 

Comparando com um livro do mesmo tamanho

A ilustração de capa de Rafael Nobre é bastante subjetiva, mas bem bacana. Na parte interna das capas também tem ilustrações. 

Ilustração da parte interna da capa

Em resumo, apesar do meu descontamento com a diagramação, a história é excelente. Me prendeu do início ao fim, me envolveu completamente. Se eu indico? É claro! 

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