O Espadachim de Carvão
por Affonso Solano
Casa da Palavra - 255 pgs
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Adapak
é filho de um dos Quatro Deuses de Kurgala e vive praticamente isolado do mundo
em uma caverna localizada em uma ilha sagrada e afastada. Lá, seu pai o Deus
Enki´När, proporciona o necessário para o seu desenvolvimento. E assim, ele
permanece durante vários ciclos, recebendo conhecimento do próprio Deus e
vivendo praticamente sem contato com o mundo exterior.
Quando
Adapak completa 19 ciclos, a ilha onde mora é invadida por um grupo de
assassinos misteriosos. Sem entender nada ele consegue sobreviver fugindo de
lá, e aí tem início a maior aventura da sua vida.
Imaginem
alguém que foi criado conhecendo o mundo exterior através de histórias lidas em
livros de aventura e de repente se vê jogado nele. Esse conhecimento não é
suficiente para entender os acontecimentos reais que ele vai enfrentar, porque apesar de ser uma pessoa muita sábia,
devido ao conhecimento acumulado, Adapak é extremamente inocente.
Você
deve se preparar pra descobrir esse mundo junto com o protagonista. Nós não
temos privilégios, não sabemos nada além do que ele mesmo sabe. Abra sua mente
pra adentrar num universo completamente diferente do nosso, mas não se assuste
com nomes, à primeira vista estranhos usados pelo autor para nomear os seres e
locais desse mundo, pois no decorrer da narrativa eles são descritos com
tamanha naturalidade e riqueza de detalhes, que é possível imaginar exatamente
como é cada personagem, cada ambiente.
E os
personagens, ah esses são um detalhe à parte, pois mesmo sendo seres
fantásticos todos são muito "reais", e carismáticos. A personalidade
deles é muito bem trabalhada, ninguém é totalmente mau ou bom, o que os torna
ainda mais interessantes, pois eles são densos, e é uma delícia ver o que podem
fazer pra conseguirem o que querem ou o que necessitam.
Durante a narrativa é possível identificar
elementos mitológicos de conhecimento universal como o Mito da Caverna de
Platão, ou associar Adapak com Dom Quixote, por exemplo.
A
diagramação é muito boa e as páginas do miolo são amarelas. A ilustração de
capa de Ralph Damiani é fiel a imagem que é descrita de Adapak e da caverna
onde ele mora. No início de cada capítulo tem uma ilustração do próprio autor. Não
encontrei nenhum erro de grafia.
Sem
dúvidas, é uma aventura de tirar o fôlego, cheia de reviravoltas, com excelente
ritmo de narrativa que prende o leitor da primeira até a última frase, e no final
fica aquele gostinho de quero mais.
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