O Físico (The Physician)
por Noah Gordon
Editora - Rocco - 590 pgs
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A
narrativa tem início na obscura Inglaterra do século XI, onde conhecemos Robert
Jeremy Cole, um garoto de 9 anos, que perde sua mãe e logo em seguida seu pai.
Sem outros parentes, ele e seus irmãos são "adotados" por outras
famílias. Cada um segue um destino diferente, ficando Rob por último. Alguns
dias após a morte do pai, Rob é levado
por Barber, um barbeiro-cirurgião que é uma mistura de médico, "artista"
e charlatão. Ele leva o menino em suas andanças ao redor da Inglaterra.
Em cada cidade que eles param, em meio a números de mágica, malabarismos e
atendimentos a pacientes, vendem um elixir que promete curar as mais diversas
doenças.
Nem
sempre é possível ajudar os pacientes, pois algumas doenças não eram conhecidas
ou eles não sabiam como tratá-las. E isso deixa Rob muito decepcionado, pois
ele quer ajudar as pessoas. Até que um dia, um homem cego os procura, mas eles
o dispensam pois não há o que ser feito. Porém no meio da plateia há um médico
que conversa com o paciente e diz ser possível ajudá-lo.
Isso
intriga Rob, pois até então ele acreditava que aquela doença era incurável. Nesse
momento ele decide que também quer ser um médico. Aí começa sua jornada na
busca desse sonho. E essa busca vai levá-lo à Pérsia.
A
narrativa é calma, mas bastante envolvente. Os acontecimentos são bem
detalhados, mas a leitura é bastante
dinâmica. Os ambientes são muitas vezes sujos, e os tratamentos às pessoas são
precários, mas em nenhum momento
esses relatos causam repulsa, muito pelo contrário, é muito interessante
descobrir como eram os atendimentos nos primórdios da medicina.
O
livro nos traz a jornada do herói. O protagonista, um garoto católico, tem um
sonho e faz de tudo, o possível e quase o impossível, pra realizá-lo passando
por inúmeras provações no decorrer dessa aventura.
Existem
2 personagens que realmente existiram: Ibn Sina (Avicena) e al-Juzjani, mas os relatos
históricos, os locais e as outras personagens são muito bem descritos, a ponto
de ser quase possível "tocá-los".
Abro
um parênteses para a diagramação, que é boa, porém as letras e o espaçamento
são pequenos e as páginas brancas. A ilustração da capa, feita por Mireia
Zantop é muito bonita, e nos remete de cara ao Oriente. No terço final do livro
existem muitos erros de grafia, mas isso não prejudica o entendimento do texto.
O título é um detalhe à parte, porque a palavra physician, traduzida ao pé da
letra quer dizer médico cirurgião e não físico, como foi traduzido.
Em
resumo, é uma história emocionante de superação, com a qual é possível criar uma
empatia com o protagonista que é um garoto católico que se vê obrigado a
fingir que é judeu para conseguir estudar medicina em uma escola muçulmana, e também
com as outras personagens, a ponto de quase sonharmos os mesmos sonhos.
Um dos livros mais marcante que já li. Adorei!
ResponderExcluirTb gostei bastante Eliza, mês q vem lança o filme, espera q seja tão qto o livro... :D
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